O que dizer?

Saberia muito menos sobre mim, se não entendesse as coisas do mundo



Welcome aboard *Bienvenido a bordo *Willkommen an Bord

domingo, 16 de janeiro de 2011

Crises Existenciais

Eu quero deixar de ser a ética dessa dialética, o pesado.
Quero tentar ser o leve, despreender-me da lógica existencial.

A Insustentável Leveza do Ser

Por Milan Kundera,
"Nunca se pode saber o que se deve querer, pois só se tem uma vida e não se pode nem compará-la com as vidas anteriores e nem corrigi-la nas vidas posteriores."
O que escolher, o peso ou a leveza?
O peso ligado ao destino do mundo em que vivemos ou o descomprometimento da vida e das questões ideológicas?
Sobre as ideologias defendidas por Sartre e Nietzsche, Kundera não conseguiu resolver o problema do sentido da vida. Pois, a vida só tem sentido se nós lhe dermos algum. Por isso que, durante a leitura do livro, o leitor se perde em tentar responder essas perguntas. Afinal, o próprio autor não conseguiu resolvê-las.
Estava folheando algumas páginas do livro Travessuras de la ninã mala, de Mario Vargas Llosa, só que traduzido para o português (queria até comprá-lo, já o tenho na versão em espanhol), quando, na Sessão Pocket, da Cultura, vi o livro a Insustentável Leveza do Ser de Kundera. Não sabia da adaptação para o cinema e tomei conhecimento logo depois da aquisição do livro. Comecei a ler o prefácio, que toma nota sobre a diferença do leve e do pesado, parafraseado pelo filósofo Parmênedis, acerca da dialética fundamental. Dentro dessa dialética, Parmênedis explica que o universo se constrói e se ampara em elementos opostos que se equilibram para atingir o prevalecimento com o propósito de preencher o nada cósmico. Logo depois, Nietzsche pega esse paradoxo de Parmênedis e transforma em uma questão existêncial e é aí que o autor dá vida aos personagens Tomas e Tereza, Sabina e Franz. O filósofo alemão, define a noção do eterno como a busca contínua da humanidade para dar sentido a vida e, a partir daí, Nietzsche cria o mito do super homem, o homem sem religião, sem compaixão e criador de valores.
Esse livro foi publicado em 1984, quando o império soviético estava sofrendo rupturas filosóficas, desenvolvendo, assim, alguns paradoxos da história.
Cada vez que eu leio uma página desse livro, eu sinto a necessidade de marcar cada frase interessante que eu encontro. Por isso, fiz questão de iniciar esse texto abrindo aspas sobre o trecho encontrado na página 13.
Em seguida, encontro o provérbio alemão, citado pelo autor, o qual foi repetido pelo personagem Tomas: "einmal ist keinmal" que quer dizer: "uma vez não conta, uma vez é nunca". Poder viver apenas uma vida é como não viver nunca. ;~)

domingo, 2 de janeiro de 2011

Sonho Impossível

Maria Bethânia
Composição: J.Darion / M.Leigh / Ruy Guerra

Sonhar mais um sonho impossível
Lutar quando é fácil ceder
Vencer o inimigo invencível
Negar quando a regra é vender
Sofrer a tortura implacável
Romper a incabível prisão
Voar num limite improvável
Tocar o inacessível chão
É minha lei, é minha questão
Virar este mundo, cravar este chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz
E amanhã se esse chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Vou saber que valeu
Delirar e morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão