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Ninguém ouve os meus passos. Mas, eu ouço um som ensurdecedor que vem de cima. Assustam-me os trovões e os raios incandescentes. Eu coloco as mãos sobre a cabeça para me proteger da chuva e da tempestade. Nada adianta. Eu corro sem saber aonde ir.
A praça, que antes era tomada por árvores de copas altas e verdes, agora, dá lugar a galhos sem folhas e a um clima cinzento. Os pássaros já não cantam. Já não ouço mais as gargalhadas das crianças. Na grama verde, os casais sentados já não existem. Dos cachorros que eram levados aos passeios matinais, restaram, apenas, coleiras penduradas nos bancos velhos da praça.
Meu rosto está molhado. Minhas mãos cobrem o meu corpo para me proteger do frio. Abraço-me. Eu olho para os lados e o que eu vejo? Nada. Está tudo escuro. Úmido. Frio. E no meio do vazio, eu paro. Fecho os olhos. Meus gritos, no silêncio, ninguém os ouve. E agora, com os olhos fechados, eu sinto algo claro. Tenho medo de abrir meus olhos. Mas, eu acho que a tempestade está passando.
No meio de tantas nuvens escuras, surgem pássaros. E eles dão caminho a um céu azul. Eu não consigo ver os pássaros com clareza. São rápidos demais. Eles voam em bando, de um lado a outro, confusos. São muitos. Lindos pássaros. As penas são claras, o canto doce e suave. Mas, eu não entendo o canto deles e eu acordo...
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