O que dizer?

Saberia muito menos sobre mim, se não entendesse as coisas do mundo



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quinta-feira, 3 de junho de 2010

Fotografias

Fotografias espalhadas que retratam o seu eu. São diversas coloridas e descoloridas. Em todas elas, seus olhos são cheios de um vazio tão vazio. Imersos em uma profundidade imensurável. Um abismo escuro e infindável. Seu sorriso, sem fundamento e indiferente, tão sem graça e sem sentido. Enquanto estático, diante das lentes, mantém-se congelado em seu próprio mundo. E no instante, em que se fotografa, vem o vazio, a inércia, o vácuo e o nada. E tudo se resume. As objetivas que registram a existência inexistente. O inverso do que parecem ser. Porque no universo, nesse instante, você deixa de ser. É tão subjetivo e superficial. E por trás delas, o afugentamento da realidade. A busca insaciável do que se procura da metade. Avidez dos loucos. Fotografias quadradas da vida, em círculos, são as únicas testemunhas da trama dissimulada que forja a felicidade por segundos. Esconder-se é uma insensatez sem precedentes. Efemeridade insana. As lentes são testemunhas oculares da loucura. São peças fundamentais de um teatro maquinado que ludibriam a própria consciência. São falsas recordações de um mundo irreal. Um mundo criado. Fotografias são mais do que grandes mentiras. São passos dados ao abismo. A quem se queira acreditar. Para os observadores, o julgamento. São suas próprias conclusões e percepções. São cheias de você.

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